Dicas sobre as instalações elétricas residenciais
Quem até hoje não sofreu em algum dia com um aparelho de tv que ficaria melhor posicionada em um certo canto da sala, justamente aquele canto que não tem tomada?
Este é um problema muito comum em residências antigas, que nunca sofreram uma reforma.
As residências com mais de 20 anos não foram projetadas para a instalação de tantos aparelhos como os que temos hoje nas nossas residências. Há 20 anos, uma família tinha uma TV, olhe lá. Hoje em dia é bem comum haver mais TVs que moradores. Houve também a popularização de diversos aparelhos: forno de microondas, forno elétrico, máquina lava-louça, conputadores, home theaters, etc.
Mesmo obras novas apresentam falhas na configuração das instalações elétricas.
Estes casos geralmente acontecem quando o proprietário leigo contrata um eletricista por conta própria acreditando que esta será a opção mais barata.
Engana-se, redondamente.
Esta opção sai muito cara se você considerar o incômodo, o risco de ter uma instalação sobrecarregada e principalmente se levar em conta o custo de uma reforma da instalação!
Cito alguns problemas que avalio como críticos:
- Localização imprópria.
Alguns podem pensar que uma tomada que ficou atrás do roupeiro é uma localização imprópria. Eu não considero. Um bom marceneiro poderá furar o fundo do roupeiro de deixar esta tomada acessível para uma eventual necessidade. Quem sabe ligar um aquecedor no dormitório num dia frio, ou ligar o ferro para passar aquela camisa que você quer usar no jantar?
Considero uma localização imprópria uma tomada a 30 cm do piso, por exemplo. Porque um idoso, que talvez tenha dificuldades de locomoção precisa se abaixar tanto? Acredito que tomadas devem ficar a pelo menos 40cm do piso.
A tomada elétrica longe da tomada do telefone é um erro grave de projeto. Longe da tomada de TV também é.
A cozinha é o espaço da casa onde as tomadas são mais necessárias e as suas localizações devem ser definidas pelo projeto dos móveis. Sem isso, a instalação poderá ficar comprometida.
Por exemplo: a tomada do forno poderá ficar bem atrás da coluna do móvel (neste exemplo, alguns centímetros fazem uma diferença incrível).
Outro exemplo importante: a tomada do fogão deve ficar, obrigatoriamente, 30cm distante do registro de gás, no mínimo.
- Falta de pontos de luz.
A falta de pontos de luz pode ser muito prejudicial se, mesmo com a quantidade certa de iluminação, ela for concentrada em um só ponto. Ficaria uma área muito iluminada e outra pouco iluminada. A não ser que esta seja a intenção de projeto!!!
- Falta de tomadas.
- Voltagem não indicada.
- Má distribuição das potências nos disjuntores.
Requer: 1 disjuntor para as tomadas da cozinha e lavanderia, 1 disjuntor para as tomadas comuns do resto da casa, 1 disjuntor para o chuveiro (se tiver), 1 disjuntor para cada tomada especial.
E ainda assim, cada um tem uma potência máxima a instalar.
Não invente uma economia nas instalações, não vale a pena...
- Falta de CD no interior da residência!
Breve histórico: Nas residencias de famílias pobres, no século passado (!) era usual que todos os aparelhos fossem: uma geladeira, 2 lâmpadas, 3 tomadas, 1 chuveiro. Nesta situação, era comum e totalmente aceitável, fazer uma instalação monofásica, sem CD dentro de casa, com uma ligação aérea até a entrada, e lá colocava-se um disjuntor. OK. Agora, alguém me diga se a grande maioria da população não tem pelo menos o dobro de aparelhos que listei acima? Pelo menos!
Repito: Não invente uma economia nas instalações, não vale a pena...
Contrate um profissional para definir o interior da sua residência e o projeto elétrico, isto sim, é uma grande economia!