domingo, 16 de março de 2014

Sustentabilidade na Construção Civil



A cada dia, se vê com mais clareza a necessidade de aproveitar melhor os recursos naturais e encontrar neles o meio de gerar condições de qualidade de vida que as populações humanas anseiam.
O desafio de se utilizar técnicas construtivas para o aproveitamento de recursos naturais nos empreendimentos humanos ainda é vigente. São desafios à inventividade e engenhosidade, que precisam adequar os aspectos conservacionistas aos aspectos financeiros.

Quando se fala em Sustentabilidade na construção civil, não se pode tratar apenas das empresas construtoras, é preciso abranger todos os segmentos, desde a indústria fornecedora de materiais e equipamentos, até empresas prestadoras de serviços. É preciso atentar aos diversos elos da cadeia de produção, que são estabelecidos muito antes do início da produção do empreendimento e se estendem até o final da sua vida útil.
A construção civil é responsável por grandes impactos no meio ambiente. Por impacto ambiental, entende-se qualquer modificação das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio-ambiente causada pela ação humana. Estas modificações no meio-ambiente podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, das atividades sociais ou econômicas, afetar a fauna e flora do meio, afetar as condições estéticas e sanitárias do meio. Estes impactos do setor da construção civil podem ser negativos, tais como:
·               Aumento da emissão de gases na atmosfera através do aumento do tráfego de veículos;
·               Aumento da poluição sonora;
·               A urbanização gera a impermeabilização do solo através da sua pavimentação;
·               Retirada de vegetação e o consequente afugentamento da fauna.
Segundo levantamentos feitos pela PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) a cadeia produtiva da construção civil é responsável por grandes impactos no meio-ambiente:
·               A construção civil é responsável por 12% do consumo de água potável;
·               A produção de cimento é responsável por 5% da emissão de gases de efeito estufa, e o consumo de energia das edificações é responsável por 33%.
·               A construção civil gera 40% de todos os resíduos gerados pela sociedade.
·               Construção de infraestrutura gera pressão em diferentes ecossistemas.
Em contrapartida, a construção civil tem um grande impacto positivo na economia brasileira: em 2010, a cadeira produtiva da construção civil teve uma produção total equivalente a 8,1% do PIB, segundo levantamento de ABRAMAT/FGV de 2011.
Também há aspectos positivos nos impactos causados no meio:
·               Aumento da qualidade de vida através dos sistemas de drenagem e esgotamento sanitário;
·               Cria uma barreira à ocupação humana desordenada e sem infraestrutura apropriada;
·               Diminui as doenças decorrentes de distúrbios ambientais;
·               Melhora o potencial turístico;
·               Intensifica as atividades produtivas e valoriza os imóveis no entorno;
·               Aumenta a arrecadação de taxas e impostos.
Atualmente há uma grande pressão nas empresas em direção à sustentabilidade. O Governo federal já tomou iniciativas para a regulamentação e incentivo a melhorias no setor. Como exemplo, temos a Resolução 307 do CONAMA que definiu 5 classes de resíduos da construção, a sanção da Lei 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, além do apoio ao setor da construção civil através de programas como o Minha Casa – Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do crescimento).
Os governos municipais também vêm criando exigências, tais como: medição individualizada de água e gás, instalação de aquecimento solar de água e aproveitamento de água de chuva.
Além disso, a NBR 15.575 define parâmetros mínimos de qualidade e durabilidade das edificações.