A cada dia, se vê com mais clareza a necessidade de aproveitar melhor os
recursos naturais e encontrar neles o meio de gerar condições de qualidade de
vida que as populações humanas anseiam.
O desafio de se utilizar técnicas construtivas para o aproveitamento de
recursos naturais nos empreendimentos humanos ainda é vigente. São desafios à
inventividade e engenhosidade, que precisam adequar os aspectos
conservacionistas aos aspectos financeiros.
Quando se fala em Sustentabilidade na construção civil, não se pode
tratar apenas das empresas construtoras, é preciso abranger todos os segmentos,
desde a indústria fornecedora de materiais e equipamentos, até empresas prestadoras
de serviços. É preciso atentar aos diversos elos da cadeia de produção, que são
estabelecidos muito antes do início da produção do empreendimento e se estendem
até o final da sua vida útil.
A construção civil é responsável por grandes impactos no meio ambiente. Por
impacto ambiental, entende-se qualquer modificação das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio-ambiente causada pela ação humana. Estas
modificações no meio-ambiente podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar
da população, das atividades sociais ou econômicas, afetar a fauna e flora do
meio, afetar as condições estéticas e sanitárias do meio. Estes impactos do
setor da construção civil podem ser negativos, tais como:
·
Aumento da emissão de gases na atmosfera através
do aumento do tráfego de veículos;
·
Aumento da poluição sonora;
·
A urbanização gera a impermeabilização do solo
através da sua pavimentação;
·
Retirada de vegetação e o consequente
afugentamento da fauna.
Segundo levantamentos feitos pela PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) a cadeia produtiva da construção civil é responsável por
grandes impactos no meio-ambiente:
·
A construção civil é responsável por 12% do
consumo de água potável;
·
A produção de cimento é responsável por 5% da
emissão de gases de efeito estufa, e o consumo de energia das edificações é
responsável por 33%.
·
A construção civil gera 40% de todos os resíduos
gerados pela sociedade.
·
Construção de infraestrutura gera pressão em
diferentes ecossistemas.
Em contrapartida, a construção civil tem um grande impacto positivo na
economia brasileira: em 2010, a cadeira produtiva da construção civil teve uma produção
total equivalente a 8,1% do PIB, segundo levantamento de ABRAMAT/FGV de 2011.
Também há aspectos positivos nos impactos causados no meio:
·
Aumento da qualidade de vida através dos
sistemas de drenagem e esgotamento sanitário;
·
Cria uma barreira à ocupação humana desordenada
e sem infraestrutura apropriada;
·
Diminui as doenças decorrentes de distúrbios
ambientais;
·
Melhora o potencial turístico;
·
Intensifica as atividades produtivas e valoriza
os imóveis no entorno;
·
Aumenta a arrecadação de taxas e impostos.
Atualmente há uma grande pressão nas empresas em direção à
sustentabilidade. O Governo federal já tomou iniciativas para a regulamentação
e incentivo a melhorias no setor. Como exemplo, temos a Resolução 307 do CONAMA
que definiu 5 classes de resíduos da construção, a sanção da Lei 12.305 que
instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, além do apoio ao setor da
construção civil através de programas como o Minha Casa – Minha Vida e o PAC
(Programa de Aceleração do crescimento).
Os governos municipais também vêm criando exigências, tais como: medição
individualizada de água e gás, instalação de aquecimento solar de água e
aproveitamento de água de chuva.
Além disso, a NBR 15.575 define parâmetros mínimos de qualidade e
durabilidade das edificações.